Google se oferece para afrouxar acordos com mecanismos de pesquisa em resposta antitruste
O Google apresentou sua proposta para resolver o processo antitruste do Departamento de Justiça (DOJ), que acusa a empresa de práticas monopolistas em buscas.
Google discorda com a decisão inicial do tribunal e planeja apelar. No entanto, como parte do processo legal, o Google e o DOJ deverão apresentar propostas de soluções.
Fundo
Em outubro de 2020, o DOJ e vários procuradores-gerais estaduais processaram o Google por violar as leis antitruste para manter seu controle sobre os serviços de busca e publicidade.
Em setembro de 2024, o juiz Amit Mehta decidiu a favor do DOJ.
O DOJ exige que o Google venda o Chrome, o que, segundo ele, fortalece o domínio de busca do Google.
Além disso, o Departamento de Justiça sugeriu que o Google vendesse o Android se outras soluções não conseguissem restaurar a concorrência.
Defesa do Google
O Google condenou a proposta do DOJ, rotulando-a de “agenda intervencionista radical”.
Kent Walker, presidente de assuntos globais do Google, argumentou que as soluções “quebrariam uma série de produtos do Google” e resultariam em “exageros governamentais sem precedentes”.
Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, afirmou que o caso diz respeito a contratos, e não a questões mais amplas de concorrência.
A empresa acredita que seu sucesso vem de ter melhores produtos e ideias inovadoras, em vez de se envolver em concorrência desleal.
O Google declarou em seu arquivamento:
“As pessoas não usam o Google porque precisam – elas usam porque querem.”
Demandas do DOJ
A proposta do Departamento de Justiça busca amplas mudanças estruturais, incluindo:
- Venda obrigatória do navegador Chrome
- Possível venda de Android
- Proibição de acordos exclusivos
- Compartilhamento obrigatório de dados com concorrentes
- Supervisão aprimorada por meio de um comitê técnico
Proposta de soluções do Google
A proposta do Google se concentra em acordos de distribuição de buscas com navegadores e fabricantes de dispositivos.
Aqui estão os pontos principais:
- Contratos de navegador: Empresas de navegadores como Apple e Mozilla teriam permissão para negociar vários acordos de mecanismo de pesquisa padrão em diferentes plataformas.
- Contratos Android: Os fabricantes de dispositivos teriam maior liberdade para pré-carregar vários mecanismos de pesquisa e aplicativos do Google de forma independente
- Supervisão e Conformidade: Um sistema de monitoramento de conformidade seria implementado
Próximas etapas
Uma audiência de reparação está marcada para abril, quando o Google recorrerá da decisão do tribunal.
O Google argumenta que sua proposta atende às conclusões do tribunal sobre contratos de busca, enquanto o DOJ busca mudanças mais amplas.
O resultado do caso pode impactar o mercado de mecanismos de busca e o modelo de negócios do Google como o conhecemos.
Imagem em destaque: JHVEFoto/Shutterstock